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Hooliganismo

Autor: Tatiana Jerónimo Neves, Coordenadora do Departamento de Responsabilidade Social.

No passado mês de novembro, recolhemos testemunhos de diversos estudantes do Iscte para mais uma rúbrica dos “Temas Mensais” do SOCIALiS, que contou no passado mês com o tema Hooliganismo.

Numa breve contextualização, o hooliganismo surgiu nos estádios de futebol ingleses, a partir dos anos 60, e foram um extremo de violência tão significativo que levou ao banimento de várias pessoas de estádios de futebol e, também, ao banimento de grupos organizados de adeptos. Portanto, podemos questionar se a radicalização e fundamentalismo de alguns destes adeptos geram um clima de ódio e violência, está a ser menosprezada na sociedade em Portugal?

Primeiramente, a título de curiosidade, há que referir que o termo “hooliganismo” provém do nome de um irlandês Patrick Hoolihan, conhecido pelos seus roubos e crimes. Deste modo, começou a dar-se o nome de hooligans às pessoas que tinham este tipo de conotações com os clubes de onde viviam. Não tanto numa perspetiva de fanatismo de clubismos, mas sim de ser uma forma que estas pessoas arranjaram para cometer os seus crimes, recorrendo ao futebol e aos seus estádios.

Numa perspetiva mais restrita a Portugal, os estudantes concordaram que estas situações de hooliganismo não se verificam tão frequentemente, sendo raras. Isidoro Vieira refere que “são esporádicas as situações de maior animosidade entre adeptos, e mesmo essas foram prontamente recriminadas e os infratores punidos.” Foi referido, ainda, que o caso mais próximo de hooliganismo em Portugal foi o ataque à academia de Alcochete, onde um grupo organizado de adeptos espancaram jogadores. Porém, face a este sucedido, a justiça portuguesa puniu com severas sentenças os agressores.

Outros episódios também relembrados pelo Rodrigo Reis são as agressões a árbitros. Porém, como Rodrigo refere, “não se trata do puro hooliganismo como é visível noutras zonas da Europa e do mundo. Trata-se, sim, da violência no desporto, que considero que deve ser severamente punida e contra a qual devem ser mobilizados todos os meios.”

Como refere João Ribeiro, há o movimento causal, “os quais apelidados de novos hooligans, vestem-se sem qualquer roupa do clube que defendem. Vestem-se com marcas como a Fred Perry e, normalmente, vestem-se de preto.” Estes grupos deslocam-se dos demais adeptos, autonomamente, invadindo o terreno adversário, com o objetivo de confrontar os adeptos de outros clubes, mostrando poderio do seu clube através de atos de violência.

João Pardal faz referência ao cartão de adepto, como sendo uma forma de identificar hooligans e, portanto, impedi-los de ir a jogos. É, portanto, uma forma mais ágil de punir os infratores dos crimes que cometem.

Isidoro Vieira aponta como principais culpados do clima de “guerrilha” os dirigentes, comunicação dos clubes e comunicação social. Apesar de admitir que os adeptos se excedem nalguns momentos, este refere que é uma proporção ínfima quando comparada com os três organismos referidos acima. Isidoro refere que “não se comparam os constantes ataques vindos da comunicação social e, até mesmo, dos próprios dirigentes desportivos, que através de declarações pouco agradáveis ‘incendeiam’, e propagam esse clima de ódio”.

Porém, segundo Pedro, também os media têm um papel de ocultação de julgamento de acontecimentos de violência neste que é o “Desporto Rei”, como refere. Portanto, “na minha opinião, penso que a nossa sociedade deveria ser mais severa no que toca a punições a vários adeptos de futebol”, de forma a que os seus atos não passem a ser frequentes, danificando o que de melhor tem o Futebol.

Por fim, Tomás Gonçalves refere que os atos de violência nos jogos de futebol são retratados com frequência nos media portugueses e é algo que a polícia tem lidado sempre ao longo dos anos.” Não obstante, devemos continuar a reforçar e a continuar a implementação de programas de combate à violência no futebol, como refere, sendo que não deve nunca ser retirada a ‘paixão’ que os adeptos têm ao assistir futebol.

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