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Drogas Leves, Assunto Pesado

TEMA MENSAL DE NOVEMBRO


Autor: Inês Pedro, Colaboradora do Departamento Socialis do NESISCTE.


No passado dia 20 de novembro, o Socialis foi ao campus do instituto universitário inquirir estudantes sobre o tema “A legalização das drogas leves”. Este tema foi escolhido pelos estudantes votantes, a propósito da rubrica “Opinião Mensal”.

Começamos por perguntar aos nossos inquiridos “qual é a tua opinião sobre a legalização das drogas leves?” A maioria é a favor – mas quais seriam os resultados efetivos se a população portuguesa pudesse diretamente votar sobre esta matéria? 



O maior benefício apontado para a legalização recai largamente sobre a área medicinal e terapêutica. E o tema da saúde pública não se baseia apenas na medicina, mas também na segurança relativa ao consumidor, que agora poderia ter uma nova certeza sobre o que está a consumir. Contudo, a legalização das drogas leves poderá ser uma forma de redução do consumo, afinal temos a máxima: “fruto proibido é o mais apetecido” (Carolina, Licenciatura em Psicologia) como justificativa de alguns comportamentos vistos como ilegais aos olhos da lei. De facto, a legalização poderia ser uma porta de entrada à informação e ao conhecimento do tema (Margarida Salsinha, Mestrado em Marketing).


Entra aqui também o papel das representações: chega a ser apontado que a dificuldade de legalização em Portugal é fruto da associação das drogas leves a “uma coisa má” (Inês Costa, Licenciatura em Sociologia) ou do próprio “termo droga” (Cátia Silva, Licenciatura em Sociologia). Quando comparadas com o álcool, não são duas drogas encaradas socialmente da mesma forma – afinal, o álcool já é uma droga legal e aceite por todos (João, Licenciatura em Psicologia). Também são apontadas as reações que estas drogas produzem: as “drogas leves” são representativas de “uma pessoa mais calma”, como referiu um estudante da Licenciatura em Engenharia Informática que preferiu o anonimato, enquanto o álcool está associado a comportamentos mais agressivos. O mesmo estudante também considera que a representação política portuguesa, constituída na sua maioria por “pessoal mais idoso” é um entrave à legalização das drogas leves.


Quando perguntamos sobre o aspeto da sua nocividade para a saúde, a opinião geral manifesta que é o consumo excessivo que acarreta os maiores perigos e não um consumo controlado. A moderação é a palavra de ordem no caminho da legalidade (Clara Loureiro, Licenciatura em Economia). 


Contudo, o processo de legalização não será tão simples como à primeira vista se manifesta. Como definir os limites legais de porte ou, mais problemático ainda, como distinguir quem está apto para a venda de uma droga leve? (Rodrigo Correia, Mestrado em Gestão de Serviço e Tecnologias)


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